
De novo venho eu, como de costume, (in)sonolenta e embreagada de cachaça, vomitar a minha reçaca e solidão.
Não pense que é tristeza que carrego, são as flores que a vida me deixa plantar e colher, e cada vez me certifico mais que nada acontece apenas por acontecer.
Em abrigo "desconhecido" me senti em casa, e reconheci outros seres que já faziam parte de mim. Falam que eu confio em todos, mas é que o amor se reconhece no olhar, e se enganada eu estiver, vou descobrir a verdade, e dela desfrutarei a sabedoria. Sem mágoas, nem rancor, tetarei compreender aquilo que você sentia.
E se o pranto me molhar a face, que escorram as lágrimas de felicidade, mesmo que com pingos de melancolia, tenho certeza, o amor nunca acaba quando há cumplicidade.
Mas eu vim aqui pra falar que desde o ínîcio de quem sou, sempre fui eu, mutante de outras porras que se procriaram ao longo da história...mas,agora, como foi eu que sobrevivi, sou eu que causo tragédias e desastres, segundo eles, corrompida pelo espîrito do além.
Agora pensei: "Será que isso é só por eu reconhecer a liberdade? Ou será por vontade de fazer o que nunca lhes foi permitido?"
Pois eu me permito tudo...pois, vai saber o tempo que resta? E se eu perder a oportunidade de comer um bom chocolate, transar no meio do mato com um namorado, ou no meio da rua com algum safado? E se eu fumo maconha, e se eu faço poesia? A hipocrisia é viver o que não se é, e fazer de conta que se é feliz.
Ia falar aqui de recordações minúsculas, da minha vida de algum centimetros, em que acimilar céu e terra era um grande desafio.
Mas minha Grande MOTHER me contou histórias, que sempre me revoltaram, sobre o casamento arranjado, traíções e descumplicidade...e sempre pensei: "Se fosse eu não aguentava"...Mas nunca, nunquinha, tinha pensado: " E se eu fosse meu avô?"
Acho que também não resistiria a vida de marido, com três filhos, uma esposa, e a boemia...e quando senti o gosto da cachaça esquentando a minha língua, refleti: " Se fosse eu também queria"!! E nessas filosofias me dei conta de que o mundo mudou...e que não existem mais homens como o meu Avô...que por mais safado, malandro e mulherengo, me deu sabedoria, numa manhã de primavera verão... que me tirou a culpa de não ser princesinha. Parece que eu ouvi ele me dizer: " Faz aquilo que tu tem vontade, que é pra nunca se arrepender."
E se existe sintonia nas minhas palavras, que elas cheguem eternas ao futuro, em luz, pensamento ou energia...o que eu sentia não surgiu só de mim...mas de várias moléculas desagregadas por aí. Talvéz, de todas as merdas que fizeram, tenham deixado pra mim a missão de transformá-las em abristrações reais; E, sem querer, me deixaram aqui...tentando fugir...mas sabendo do loooongo caminho a seguir!